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The Comey Rule

Atualizado: 22 de out. de 2020

Eu estava com meus amigos, no meio de um mundaréu de gente, sentados no asfalto da Av. Presidente Vargas, onde tinham montado um palanque na frente da Igreja da Candelária. Nesse palanque encontravam-se todos os politicos relevantes da época, naquela tarde de 1984, para o comício das "Diretas Já"!!!


Foram anos que uma frente ampla de políticos, de todos os matizes, viajou pelo país, criando consenso de como poderíamos sair da ditadura militar para um governo civil.

Teotonio Villela, político da situação durante o governo militar, com um histórico não muito abonador, seria transformado em um símbolo - o 'Menestrel das Alagoas'. Fisicamente combalido, devido a um tratamento de quimioterapia, colocou seus últimos dias de vida a serviço da Nação, como um exemplo de que todos podíamos mudar em benefício do nosso país e do bem comum

Levaríamos ainda quase 6 anos para eleger um presidente pelo voto direto, sob a égide da Constituição Cidadã que, mesmo cheia de direitos e poucos deveres, foi um avanço imenso. Faz poucos anos: quase ontem, um lapso de tempo e nada na régua da História. Nossa re-estreia na democracia foi uma obra coletiva e longa, mas ainda está inacabada, até porque foi ontem.

Dois professores de Harvard lançaram, em 2018, um livro chamado “Como Morrem as Democracias”. Neste, pontuam o fato de que as democracias morrem por dentro, pelo enfraquecimento das instituições.

O ser humano é um contador de histórias. Instituições, portanto,

representam, acima de tudo, conceitos abstratos em que todos acreditamos, e que podem ser colocados em processos, e precisam de controles continuos. "Quem conta um conto aumenta um ponto" - logo, as Instituições estão sempre em perigo.

Os EUA são o farol do mundo ocidental, o que implica que as eleições americanas têm um impacto sobre o futuro do maior legado dos gregos antigos para a cultura ocidental.

No iTunes, é possível assistir à uma série produzida pela Showtime, de apenas 2 capítulos, intitulada "The Comey Rule", sobre a relação do chefe do FBI, James Comey, e o recém-eleito presidente americano Donald Trump, em 2016. Não vou me arvorar a julgar se é verdadeiro ou não o que lá está narrado, pois o que é relevante na série é a dinâmica, mesmo que fictícia, de um governante eleito e sua relação com a máquina do Estado. Essa é a discussão fundamental, pois só uma máquina de Estado independente, com controles eficazes, é capaz de conseguir - com muito esforço - proteger uma democracia.

O que me agrada no sistema inglês, de Monarquia Parlamentar, é saber que, para os cidadãos comuns, fica muito fácil entender que a Rainha representa o Estado (perene) e o Primeiro-Ministro o Governo (passageiro). A Rainha é o ‘Chairman’, e o Primeiro ministro é o CEO. Os agentes de Estado, portanto, enxergam mais facilmente que existe uma hierarquia. Logo, sao mais resilientes `a ação deletéria de um governo que, eventualmente, não saiba o seu devido lugar.





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