O diretor de cinema inglês, Stanley Kubrick, me impactou quando criança, e me encafifou com “2001, uma odisseia no espaço”. Durante 10 anos fiquei procurando, nos jornais, se em algum cinema estaria passando uma reprise, porque nunca consegui desvendar, completamente, aquele filme magistral e intrigante sobre a saga e o futuro da humanidade.
Em 1980, Ken Russell me arrebatou com “Viagens Alucinantes” (“Altered States”), no qual abordava os caminhos de um cientista americano no estudo dos efeitos de drogas alucinógenas, como porta para o auto-conhecimento e os mistérios do universo, que estariam codificados em nossas células.
Recentemente, por questões profissionais nos negócios na Inglaterra, penetrei no mundo da maconha, e aprendi que pesquisas, no final dos anos 90, comprovaram que o canabinol é presente em todos os mamíferos. Estas descobertas geraram uma onda de revisão e liberação do uso da maconha, para uma infinidade de aplicações em medicamentos, bem estar, beleza, etc ... em todo o planeta.
Ao longo de séculos, a maconha foi geneticamente modificada pelos seres humanos, assim como os cachorros foram sendo geneticamente modificados a partir do lobo, para serem um companheiro emocional do homem.
O uso medicinal da maconha vem do conceito de que seria esta capaz de criar efeitos benéficos nos mamíferos. Porém, cada ser humano deveria usar uma das milhares das variações de cannabis para o seu caso especifico - algo complexo, mas cada vez mais possível com o uso da Inteligência Artificial.
O cannabis tem diversas utilidades - por exemplo, suas fibras são excelentes para tecidos, e até mesmo cimento. Inclusive, a sua proibição, no início do século XX, depois de ter sido usada regulamente pela humanidade por séculos, resultou do lobby empreendido especialmente por Dupont, o grande industrial do nylon, além de outros da indústria petroquímica.
Na onda da lei seca nos USA, na década de 30, o cannabis foi transformado em algo ilegal, por conta de interesses empresariais.
No entanto, nada resiste à ciência. O cannabis, apesar deste quase século sabático, está voltando como uma opção natural para solução de mazelas dos mamíferos.
No Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atua o professor titular Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro. Mestre em biofísica pela UFRJ, doutor em comportamento animal pela Universidade Rockefeller, pós-doutor em neurofisiologia pela Universidade Duke, professor titular de neurociência, é fundador e vice-diretor do Instituto do Cérebro da UFRN. Publicou mais de cem artigos científicos em periódicos internacionais. Na sua linha de pesquisa, ele aborda questões como o sono e os sonhos. Vale ver a palestra sobre cannabis no link
e a entrevista mas ampla abaixo. Vale ver ambos porque tratam de temas complementares.
IMPORTANTE:
antes de me julgarem e execrarem, como foi feito com pessoas públicas como Fernando Gabeira e FHC, que ousaram elaborar sobre o tema, quero declarar que não sei nem tragar - portanto nunca fiz uso do cannabis recreacional. A verdadeira viagem fantástica está dentro de nós.
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